Fintechs para a terceira idade
Ao falamos em fintechs, startups que investem em tecnologia
para criar serviços financeiros totalmente digitalizados, imaginamos produtos
criados especialmente para a geração milleniuns ou a geração Y. Afinal de
contas, é mais difícil imaginarmos pessoas acima de 60 anos usando seu
smartphone para acessar sua conta do banco, realizar pagamentos, transferências
ou contratar seguros. O mais óbvio é supor que este segmento prefere ir a
agência para pagar suas contas, imprimir um extrato e aproveitar para tomar um
café com seu gerente.
Isso começa a mudar, especialmente nos EUA, onde essas
empresas já estão projetando seus produtos pensando neste público que cresce a
cada ano e que está cada vez mais familiarizado com o uso dos smartphones e
tablets.
Um dos primeiros a investir nesse segmento foi a fintech
americana Capital One. O Capital One em 2016, juntou-se à OATS (Serviços
de Tecnologia para Adultos mais Velhos, em tradução livre), uma ONG de impacto
social, que oferece cursos e treinamentos de tecnologia para idosos. Nos
últimos anos, a OATS dedicou-se a ensinar milhares de idosos a usar email e
redes sociais, comprar produtos pela internet, reservar viagens ou pesquisar
sobre assuntos de seu interesse.
O projeto do Capital One chama-se “Ready, Set,
Bank”, uma expressão que sugere a preparação para o uso dos canais
digitais do Banco, e consiste numa série de mini cursos básicos, que ensinarão
como consultar saldo, fazer pagamentos, transferências, investimentos, contrair
empréstimos ou conferir os lançamentos do cartão de crédito, tudo sem sair de
casa, pelo celular, tablet ou pelo computador. São mais de 40 vídeos, com
duração máxima de 2 minutos. A técnica usada, chamada de micro aprendizado, tem como objetivo
passar a sensação de que os resultados estão sendo rapidamente alcançados,
desde o início.
No Brasil a expectativa média de vida já chegou aos 70 anos
e segundo uma pesquisa realizada pelo
instituto Data Popular, com dados do IBGE, a renda dos idosos brasileiros
ultrapassa os R$ 450 bilhões anuais. O que mostra que existe um grande
potencial para investimentos nesse segmento.
Para atingir esse
público as fintechs precisam além de educar os clientes da melhor idade,
conhecer melhor cada um. Realizar pesquisas estabelecendo um dialogo de modo a criar soluções mais personalizadas.
O uso de tecnologias
como machine learning e Inteligência artificial são importantes para reduzir
fraudes e criar produtos personalizados com tarifas mais competitivas que os bancos tradicionais, mas não substitui a
necessidade de ter do outro lado uma relação mais humanizada onde esse público
possa ganhar maior confiança ao sentirem que podem contar com alguém de carne e
osso, para esclarecer suas dúvidas. Isso pode facilmente ser obtido com vídeos
chats, por exemplo.
Esta na hora das
fintechs e insurtechs brasileiras repensarem seus planejamento de produto e incluir esse público crescente na sua estratégia, desenhando aplicações mais
amigáveis a melhor idade.
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