As 5 grandes tendências que irão transformar o eCommerce nos próximos 2 anos

Os números do e-Commerce no Brasil continuaram crescendo a passos largos mesmo durante o longo período de recessão pelo qual o país atravessou, com índices superando a marca de 7,5% ao ano nos últimos três anos. Nos EUA as vendas online já representam 10% de todo o varejo e deve alcançar a marca de 15% nos próximos dois anos. Além disso o digital já influencia 56% das decisões de compras no mundo físico.

Para se manter neste competitivo mercado é importante ficar atualizado com as tendências que irão impulsionar ainda mais as vendas digitais e mudar a forma como clientes e marcas se relacionam.  Este artigo discute 5 tecnologias que são tendências globais para o eCommerce para o período 2018/2020.

1 - Renascimento do varejo físico

Os números mostram que 50% dos chamados “millennials” preferem fazer suas compras em lojas tradicionais, porém na maioria das vezes consultam o produto, preço e pesquisam tudo nos seus smartphones. Os números do Ebit, relatório do setor no Brasil, apontam que no ano passado, os  pedidos realizados por celulares cresceram 35,9% em relação a 2016 e já representam 56,2% em termos de faturamento.

Diante deste cenário assistiremos a integração entre o digital e o físico e o crescimento de um processo já iniciado: O mundo digital invadirá o varejo tradicional com a abertura das chamadas “Pop Up Stores”.

Alem de gigantes como a Amazon que estão abrindo pontos físicos pela América, já podemos encontrar nos Shoppings Centers brasileiros, diversas “pop up stores,” onde o cliente pode ter contato com o produto, experimentar e realizar a compra por auto serviço  e receber sua encomenda no conforto do seu lar. Também começará a ficar mais rotineiro, que o consumidor  inicie a compra no digital e  opte por dar uma passada rápida na loja mais próxima de casa, apenas para retirar a encomenda.

Um exemplo interessante é a marca de moda masculina Frank and Oak, que já abriu 16 lojas nos EUA, nas quais o cliente tem um show room completo das coleções e conta com serviços como uma barbearia e uma cafeteria Premium. 

Além da comodidade o consumidor busca uma experiência no momento de realizar suas compras, por isso veremos tanto o varejo online abrindo “pop up stores” quanto as lojas físicas investindo em tecnologia, serviços e entretenimento para brigar pelo cliente que agora não é mais digital ou físico, pois o que importa é como  se dará o relacionamento com a sua marca  favorita e não mais o processo ou canal de contato.

2 - AR – Realidade Aumentada

Com os smartphones cada vez mais sofisticados, poderemos utilizar a nossa telinha para simular como aquele objeto dos nossos desejos irá  ficar em nossa sala de estar,  se a banheira dos sonhos caberá em nosso banheiro, se irá combinar com o azulejo, se a textura daquele sofá irá nos agradar ou mesmo provar uma roupa ou calçado virtualmente. 

Algumas lojas já estão oferecendo essa experiência por meio de simuladores, onde o cliente pode literalmente personalizar uma roupa ou sapato que será confeccionado sob medida.

Uma empresa brasileira de turismo já oferece o AR para que os clientes experimentem virtualmente como será sua viagem desde o momento do embarque a chegada ao aeroporto, o seu quarto de hotel e os passeios que irão realizar.

 A  fabricantes de móveis IKEA já oferece desde o ano passado, na Europa,  um APP onde os consumidores podem visualizar qualquer produto em 3D, experimentar e vivenciar como aquele objeto irá se encaixar em um determinado espaço da sua casa e compartilhar. De forma que o casal, mesmo distante poder em comum acordo escolher o móvel adequado e finalizar a compra pelo aplicativo.

Um outro exemplo brasileiro é a fabricante de piscinas IGUI, que permite ao cliente, munido de um óculos de realidade aumentada, simular e visualizar o produto que melhor irá se encaixar ao seu quintal.

3 - Mensurando a influência do digital no mundo físico.

Como mencionamos no início deste artigo estimasse nos EUA, que 56% das compras realizadas em uma loja física tiveram início em uma consulta na loja digital.

As tecnologias para medir o chamado ROPO “Reserch online Purchase Offline ratio” ou em tradução livre: taxa de pesquisa online e compra offline, estão cada vez mais avançadas e acessíveis ao grande varejo.

Pela combinação entre pesquisas realizadas em dispositivos mobile, redes sociais, personalização, geolocalização/mobile tracking, inventário em tempo real com ferramentas avançadas de analytics, ERP, CRM e POS, os varejistas conseguirão mensurar de forma mais precisa como anúncios digitais, campanhas de e-mail marketing, SMS e visitas na loja online influenciarão uma decisão de compra em uma loja física.

A britânica Matalan descobriu por exemplo, que cada £1 gasta em AdWords resulta em £46  em vendas, sendo £31 realizados em lojas físicas. A varejista de bicicletas Canadense, Primeau Velo tem um 9:1 ROPO ratio, onde cada $1 gasto online gera $9 em vendas nas lojas.

4 - Machine Learning + AI Irão criar a combinação perfeita de Customer Experience

Realidade Virtual (AI) e a combinação com a capacidade dos sistemas de aprender com o comportamento do cliente irão criar uma experiência de personalização perfeita. 2018 irá marcar o ano em que os varejistas deixarão de tratar grupos de consumidores como um segmento uniforme como fazem hoje, criando produtos específicos para o chamados “Millennials” ou “Baby Bommers”, para tratar cada um individuo de forma única e direta.

Marcas e varejistas tem agora acesso a uma quantidade gigantesca de dados de comportamento e consumo de cada cliente, possibilitando a criação de ações de marketing 1:1 nunca visto antes.

A Netflix já divide seus 93 milhões de usuários globais  em “taste communities” com preferências similares entre filmes e programas de TV, fazendo recomendações com base no que é popular nessas comunidades.


5 - Voz irá mudar o SEO  e o eCommerce definitivamente

Como você irá vender online se o cliente nunca visita o seu website?
Em 2018 os consumidores irão falar mais ao invés de digitar nos seus dispositivos e utilizar “voice to Interact” (Conversação por AI) como nunca antes. Varejistas, fabricantes e marcas terão que mudar a forma como se comunicam.

Para o e-Commerce a maior implicação irá envolver a forma como disponibilizar informações detalhadas de cada produto com base nas pesquisas realizadas por voz, otimizando e disponibilizando o inventário em tempo real.

A popularização dos assistentes virtuais como o Alexa da Amazon ou a SIRI da Apple também trarão implicações para os especialistas em SEO, uma vez que os sistemas de voz resultam em uma única resposta ao invés de múltiplos resultados.

Para anunciantes o desafio será adaptar a essas interações 1:1, uma vez que elas não permitem a publicidade baseada em interrupção que caracterizou o mercado nos últimos 50 anos.

Nos EUA, empresas como a Lyft, concorrente da UBER ou a Domino’s pizza já permitem pedidos por voz nos seus Apps ou por meio do Alexa.


Esses são apenas 5 das grandes mudanças que teremos que lidar nos próximos 2 anos e que já começaram a trazer implicações para o mercado. Para não perder o bonde da história  e permanecer competitivo neste mercado que está em constante crescimento é importante ficar atento a essas novas tecnologias. Voltaremos com mais detalhamento a estas e outras tendências nos próximos artigos.

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