O home office veio para ficar?


No início de 2020 o mundo todo foi forçado a uma mudança brusca nas relações de trabalho. A crise sanitária e a necessidade do distanciamento social impuseram o modelo remoto para a maioria dos trabalhadores não essenciais. A dura realidade levou empresas e trabalhadores a se adaptarem para manter os negócios em operação e já podemos afirmar que muitas dessas mudanças vieram para ficar.

No Brasil, a adaptação foi ainda mais difícil, agravados pela dura realidade da exclusão digital, segundo números da pesquisa TIC Domicílios, em  2018 menos de 42% dos lares não possuíam computadores. 


Cerca de 3,8 milhões de pessoas trabalhavam online, em 2018, segundo dados do IBGE, o modelo de trabalho home office era adotado principalmente entre trabalhadores liberais, startups e no e-Commerce.


O fato é que as relações de trabalho já estavam se transformando ao longo das últimas décadas. A pandemia só veio acelerar esse processo.


O home office trouxe alguns ganhos visíveis, em especial nos grandes centros urbanos, onde o trabalhador gastava em média 2h do seu dia no deslocamento de casa ao trabalho. Pesquisas também apontam um ganho de produtividade, muito ligada ao aumento da jornada de trabalho. Essas pesquisas apontam que muitos trabalhadores estão trabalhando em média 12 horas por dia.


Se num primeiro momento as empresas celebraram esse ganho de produtividade, agora o sinal amarelo foi ligado. Problemas específicos derivados da pandemia apontaram o aumento de casos de depressão, burnout, ansiedade e perda na qualidade de sono declarado pela maioria dos brasileiros que permaneceram em casa.


Agora o desafio das empresas é utilizar todo o aprendizado para corrigir os erros, incentivar boas práticas e com isso permitir uma maior qualidade vida ao trabalho remoto. Nesse aspecto a tecnologia será uma aliada fundamental.


Aplicações de inteligência artificial já conseguem aprender com o comportamento de cada pessoa e identificar eventuais excessos. A Microsoft, por exemplo, já anunciou mudanças na sua plataforma de colaboração o Microsoft Teams que teve uma explosão de crescimento nos últimos 12 meses. Agora a própria ferramenta irá alertar o trabalhador para não agendar uma vídeo chamada atrás da outra, criando intervalos e incentivará a não marcar reuniões com duração maior que 45 minutos.


Algumas empresas também estão desenvolvendo uma comunicação mais assertiva para incentivar que se reserve um tempo entre as reuniões para uma pequena atividade de relaxamento, como meditação, brincar com o seu pet, ouvir uma música etc.


Para muitas companhias uma coisa já é certa, nem todos voltarão para o escritório, pelo menos não diariamente. É verdade que a maioria das pessoas continuará se reunindo fisicamente em encontros esporádicos. Outros irão uma ou duas vezes por semana e terão que reservar um espaço de trabalho, mesa, ponto de internet, vaga de garagem,  sala de reunião, armário etc.


E aquele trabalhador que se mudou para o interior ou que agora trabalha no Brasil para uma empresa localizada no outro lado do mundo?


Nos últimos meses muito se tem discutido se o trabalho híbrido será realmente predominante, principalmente depois que alguns gigantes de tecnologia, como Facebook, Google, Amazon, IBM e Microsoft anunciaram que querem trazer de volta para o escritório a maioria dos seus times o mais breve possível.

Essas empresas entendem que com o tempo as pessoas não se sentem mais parte da sua estrutura. O fato é que ainda estamos aprendendo e nos adaptando a uma realidade que veio para ficar.

Para alguns, levar o trabalho para dentro de casa foi uma experiência estressante, mas para muitos a adaptação foi fácil e não abrirão mão dos ganhos que tiveram. A única certeza é que as empresas terão que continuar usando a tecnologia e repensando suas relações com os colaboradores que poderão estar em um escritório, em casa, em um co-working ou mesmo em uma mesa de café a milhares de quilômetros da sede da companhia.

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