Os novos desafios da tecnologia no mercado de luxo do Brasil

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Luxo (Abrael), mostram que o mercado seguiu na contra-mão da crise com um crescimento de 11% em 2016 e com uma estimativa de crescimento entre 11% e 13% em 2017.

O mercado de automóveis, por exemplo, apresentou uma retração de 30% em 2015 no mercado de veículos gerais. No entanto, as concessionárias especializadas em luxo tiveram um crescimento de 20% nas vendas no mesmo período.

Apesar desse desempenho bem melhor que o restante do mercado, que vem apresentando forte retração, os especialistas notaram uma mudança no perfil dos consumidores de luxo. Estamos passando daquela fase voltada para consumo de produtos de ostentação, das coisas muito caras, para um luxo experiencial. O que abre espaço para mais consumidores espalhados pelo Brasil.

Segundo o IBGE, 64 milhões de brasileiros estão entre as classes A e B. Existe uma maior concentração nas regiões Sudeste e Sul, porém esse número começa a ganhar relevância em outras regiões, como o Centro Oeste,  e parte do Nordeste, especialmente na Bahia.

Um dos desafios do setor é o investimento em tecnologia. Durante muitos anos, houve forte resistência no setor. Oferta limitada e exclusividade são duas características fundamentais dos produtos de luxo, e elas não combinam muito bem com um mundo em que tudo é reproduzível e instantâneo. No entanto, as vendas on-line de produtos de luxo já vendem quatro vezes mais que nas lojas físicas.

Nove entre dez consumidores faz compras online, mas 40% das marcas de luxo não vendem pela Internet. Isso abre um enorme potencial e um desafio para atender o público que busca experiências diferenciadas sem perder o conceito de exclusividade.

As empresas agora tentam conciliar seus valores tradicionais e sua preocupação com qualidade e exclusividade com o enorme potencial de exposição das marcas nas redes sociais. Instagram e Youtube, já são mais importantes que as revistas de moda, por exemplo.


A retomada do crescimento econômico, o investimento em tecnologia e a expansão por novos mercados deverão trazer um crescimento sustentável para o setor e maior maturidade ao segmento.

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